segunda-feira, 1 de junho de 2009

Acidentes e Reclamações

João Pereira reclama da falta de acessibilidade na Integração do Barro: "Aqueles ferros atrapalham, não tem como sair. Eu tive que segurar os ferros e ficar em pé, pra pegarem a cadeira, porque não tinha como a cadeira passar. Tem que fazer uma reforma. Não adianta ter elevador e não ter como descer dele".

Já Aldecir relata um caso trágico na operação do SET. "Fui pegar ônibus com um vizinho meu, que também é deficiente. Aí o elevador quebrou na hora de a gente descer. Eu ainda consigo descer, ir pro chão. Aí desci e peguei outro transporte. Ele era paraplégico, aí não tinha como descer de jeito nenhum. Nesse episódio, o motorista e o cobrador ajudaram".

SEAD

SEAD

O SEAD é um órgão de apoio ao deficiente subordinada à Secretaria de Direitos Humanos. Funciona na Rua Guilherme Pinto, próximo à Faculdade Maurício de Nassau. A reportagem entrou em contato com o SEAD, mas não obteve retorno.

Ao menos para Ricardo Maranhão, o órgão não estaria cumprindo com o objetivo de sua função: apoiar o deficiente. “Existe a SEAD, que é um órgão que não faz nada em prol do portador de deficiência no Estado de Pernambuco. Não faz nada, e quando faz é para regredir o movimento. É uma opinião que eu sinto na pele. Não vejo ninguém que é portador de deficiência feliz com a SEAD”, diz Ricardo.

Leis sobre acessibilidade

Lei 10098, de 19/12/1998

Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências.


CAPÍTULO VI
DA ACESSIBILIDADE NOS VEÍCULOS DE TRANSPORTE COLETIVO
Art. 16. Os veículos de transporte coletivo deverão cumprir os requisitos de acessibilidade estabelecidos nas normas técnicas específicas.

ABNT NBR 9050- Delimita as regras técnicas sobre acessibilidade

http://www.mpdft.gov.br/sicorde/NBR9050-31052004.pdf

Decreto 5296

http://www.acessobrasil.org.br/index.php?itemid=43

Ônibus com SET

Existem cerca de 14o ônibus com Serviço Especial de Tranporte na Região Metropolitana, segundo listagem atualizada em 04/05/09. A Empresa Itamaracá é uma das que apresenta maior número de veículos adaptados. Já a Transcol chama a atenção pelo baixo número de veículos para deficientes. A empresa possui apenas dois ônibus adaptados, 1 Alto Santa Isabel e 1 Casa Amerela CDU/TRT.

Em breve, lista completa de veículos com SET.

Vídeo com demonstração de operação do SET:

http://www.youtube.com/watch?v=pA1-JxTWbHE

domingo, 31 de maio de 2009

Futuro da acessibilidade

Pode-se ver que muito já foi feito no tocante à acessibilidade nos ônibus. No entanto, a população dependente desse serviço ainda espera por melhorias que lamentavelmente parecem não estar tão próximas de sua resolução.

Segundo Fernanda Gouvêa, além do aumento do número de ônibus com elevador, a população pode esperar novidades no setor. Trata- se do “Transporte Rápido por ônibus”. No entanto, não indicou um prazo exato para a implantação do novo transporte. “O veículo é sobre pneus, mas tem a configuração de um metrô, porque as portas abrem como uma porta de metrô e o piso da estação é da mesma altura do piso do veículo. Então isso permite que qualquer pessoa, até com carrinho de bebê, de muleta, e de cadeira de rodas que essa pessoa tenha um embarque “em nível”. Esse tipo de transporte está sendo licitado pra Região Metropolitana do Recife. Ele já existe em Curitiba e em outras cidades da América do Sul”.

Respeito dos usuários

Todos sabem que existem vagas destinadas a deficientes. No entanto, nem todos respeitam essa regra. Falta de conscientização ou simples “descaramento”? Não se pode precisar o motivo de tal atitude de muitos usuários.

Dentre as próximas ações da Grande Recife está a conscientização nas escolas públicas de Recife e Olinda.

Para Ricardo Maranhão de Lima Pessoa, instrutor de informática com deficiência física, conta um caso curioso e representativo da apatia de muitos usuários: “Aconteceu ontem quando eu peguei um ônibus voltando de Camaragibe. Tinha uma mulher sentada na cadeira reservada e ela tava “dormindo”. Aí eu passei por ela e a pessoa da cadeira de trás me ofereceu o lugar. Eu agradeci e fui. No momento que eu me sentei, ela abriu os olhos”.

Já João Pereira afirma nunca ter passado por situação semelhante.

As fontes








Luci Florenço de Aquino(primeira foto), doméstica.Cadeirante, moradora do condomínio adaptado Albert Sabin. Afirma sair pouco de casa por conta da dificuldade de transporte.








Aldecir Maria da Silva(segunda foto), estudante. A cadeirante demonstra insatisfação com o tratamento oferecido pelos motoristas e cobradores.
















João Pereira da Penha Filho(terceira foto). O cadeirante se divide entre Recife e João Pessoa, onde se dedica ao basquetebol.














Fernanda Gouvêa, Gerente de Relacionamento da Grande Recife. Além disso, é uma das responsáveis pela Comissão Permanente de Acessibilidade.

Ricardo Maranhão de Lima Pessoa, instrutor de informática. Utiliza prótese mecânica em uma das pernas.